sexta-feira, 28 de junho de 2013

MEU INDIOZINHO LINDO COMEMORANDO O SÃO PEDRO

E o dia de São Pedro ano passado foi na Ilha de São Pedro (Aldeia Xokó). Lugar que meu pequeno Paulo Gustavo (nosso amado indiozinho) tanto gostava e tinha um carinho muito especial , acho que pela liberdade que sentia lá, por poder brincar na terra sem ser recriminado, pois tinha a Tia Naná que dizia: deixa ele brincar! e lá ia ele com os(as) primos(as) encher seus carrinhos de areia e alegria. Lá também tinha o ÍNDIO(ESTÁTUA), que ele fazia sempre questão de se aproximar e pegar na cobra aos seus pés. Quando eu dizia "é uma cobra" Paulo Gustavo, ele falava: é de brincadeirinha, mamãe.... e queria que eu também me aproximasse. E o RIO? O rio nem se fala, ir na Ilha de São Pedro e não se banhar no rio, era como se ele não tivesse ido lá. Então nem adiantava inventar história, podia está chovendo (e até aconteceu isso ano passado, mas depois São Pedro, ajudou e mandou um solzinho) ou fazendo sol, a gente tinha que levá-lo ao rio.
E era uma alegria só, e briga para voltar para casa. Dias da gente trazer ele chorando, pedindo para ficarmos mais um pouco. Aí Tia Naná conversava com ele, e conosco, fazendo-nos prometer levá-lo lá em breve, e assim ele vinha, não muito satisfeito, mais vinha, tinha que vir. Não tem como não chorar, nem como não me revoltar lembrando de tudo isso, de como meu filho era feliz, e agora tudo acabou. Sei que se estivesse aqui, hoje estaríamos na Ilha de São Pedro, mas sem ele, eu não consigo nem me imaginar voltando lá. Um dia acho que vou conseguir. Apesar de ouvir que eu tenho que continuar fazendo o que ele gostava, ainda não dá, não consigo. Sei que meu filho está bem, está feliz, e é o anjo mais lindo lá no céu, e tenho certeza que ele entende o que estou passando e que está intercedendo por mim e por seu querido pai, assim vamos continuar lutando por JUSTIÇA, e um dia também ficaremos bem.
  
 


AS FESTAS JUNINAS ERAM UMA ALEGRIA SÓ

Hoje é véspera de São João, mais uma data de muitas recordações, lembranças do meu pequeno super animado com a fogueira e as chuvinhas. Os fogos ele não gostava, pois ficava assustado com o barulho e nem de traques, mas as chuvinhas sim,ele ficava encantado, acho que pelas luzes, pela alegria que representam e para ele era uma festa. No ano passado, Erinaldo comprou uma chuvinha enorme (que na verdade poderia dizer chuvona) mas não sei o nome, sei que essa chuvinha nos fez passar um susto enorme, pois Paulo Gustavo, pegou ela, sem percebemos ( eu estava no quarto terminando de me arrumar para irmos com ele para casa da minha mãe e da minha sogra), Erinaldo tinha ficado com ele soltando chuvinhas do lado da fogueira. Eles entraram para ver se eu estava pronta e o portão ficou aberto. Paulo Gustavo, aproveitou que Erinaldo foi na cozinha e saiu de fininho com a bendita chuvona e foi acender na fogueira, por sorte ao acender, ela saltou de sua mão e não o machucou. Só ouvirmos o grito dele assustado e o barulho da bendita. Foi um susto tão grande, saí do quarto correndo, gritando pelo seu nome, com o coração disparado e a mente a mil, pensando como estaria meu filho. Encontrei-o na sala, que também vinha correndo, super assustado e pulou nos meus braços, pedindo proteção. Foi um alívio abraçá-lo, vê-lo bem. Erinaldo também vinha correndo da cozinha à procura dele. Então depois de vê-lo bem, perguntamos o que tinha acontecido, quando ele nos falou que foi a chuvona, fomos para a calçada e lá estava ela, já apagada. Fizemos ele prometer que nunca mais faria isso, tentar soltar chuvinha sozinho, pois nem as pequenas deixávamos ele acender só,pior a grande. E na verdade, pensamos em nunca mais comprar chuvinhas daquele tipo, pois foi um terror pensar em nosso filho machucado, respiramos aliviados ao vê-lo bem. Hoje acordei, e essa lembrança me veio logo a mente, pensei nesse susto para todos nós, e como foi bom abraça-lo, acalmá-lo e dizer que estava tudo bem, lembro como ele estava tão assustado, mas deu tudo certo. Hoje acordei lembrando com tristeza que não teria chuvinha, nem chuvona, pois meu filho não está mais comigo, hoje num dia que seria tão alegre para ele. Ele não está mais para soltarmos chuvinhas com ele, e vermos seus olhinhos brilharem felizes vendo as luzes das chuvinhas. E eu queria esquecer essa data, não acendemos fogueira como nos outros anos (um vizinho veio nos perguntar se não queríamos que ele dividisse a dele, para montar a nossa, agradecemos sua atenção e falamos que não, preferimos não acender). Fica impossível não lembrar que é São João, até porque ouvimos o barulho dos fogos, os sons ligados, e a fumaça das fogueiras entrando na nossa casa. Mesmo assim continuo tentando esquecer o dia e preferi nem sair na porta e ver as fogueiras acessas e as crianças com suas chuvinhas, assim tento sofrer menos. Só vim para as fotos que não amenizam minha tristeza, mas me fazem lembrar da alegria do meu caipira que todo ano, eu fazia questão de providenciar sua camisa xadrez e seu bigode de caipira, para comemorarmos o São João. Meu eterno amorzinho, mamãe te ama muito!!!!!!

segunda-feira, 24 de junho de 2013

PAULO GUSTAVO, TE AMAREMOS PARA SEMPRE E LUTAREMOS POR JUSTIÇA!

Sempre ao acordar, a cada amanhecer, enfrento um desafio. Respiro fundo várias vezes e tento achar forças para levantar e conseguir sobreviver a mais um dia sem meu Paulo Gustavo. Hoje, ao abrir os olhos e ver que já era dia, lembrei como Paulo Gustavo ficava feliz quando via o claro do dia e me acordava dizendo: "Mamãe, já é dia, vamos levantar!" Às vezes eu dizia: "vamos dormir mais um pouquinho", mas não tinha jeito, ele queria logo levantar, ir para a TV, assistir, ou pegar um brinquedo para brincar (principalmente se fosse um brinquedo novo), que, às vezes, à noite ele não queria parar de brincar e ir dormir. Quando o convencíamos, ele ia dormir, mas ao acordar era a primeira coisa que lhe vinha à mente e ele já ia lá, correndo,buscar o tal brinquedo.
 













Sua alegria e energia para viver, aproveitar cada segundinho da sua vida, foi sempre muito visível. À tarde, depois do almoço, eu falava: Paulo Gustavo, vamos dormir um pouquinho? E ele me dizia: "Eu não gosto de dormir". E eu dizia: ele não quer perder tempo. Hoje, ao lembrar de tudo isso, sei que ele realmente não perdeu tempo, aproveitou intensamente cada segundinho de sua linda vida, mas sei que se ele tivesse tido chances de escolher, iria escolher ficar aqui, fazendo tudo o que ele gostava de fazer.



Tenho muita revolta, sim, dentro de mim, pois meu filho foi privado de continuar vivendo, brincando, amando,... por um "ser humano" irresponsável. Se a atitude daquele maldito ser, fosse de responsabilidade, meu filho continuaria aqui conosco.

Meu primeiro bebê também partiu cedo, mas foi de forma natural. Na época, pensei que iria morrer com tanta dor, fiquei muito tempo sem razões para viver. Mas, ao nascer, Paulo Gustavo me trouxe novamente alegria, esperança, vontade de viver. E eu o protegia tanto, como amava e cuidava bem do meu pequeno. Só que não consegui protegê-lo daquele maldito caminhoneiro irresponsável, imprudente e sem respeito à vida humana. Ele não me deu chance nenhuma de proteger meu filho. O caminhoneiro foi um covarde, que nos atingiu pelas costas. Não estava preparada para essa situação. Eu ainda vi o maldito caminhão vermelho se aproximando rapidamente do nosso carro. Às vezes, penso porque não gritei para meu esposo jogar nosso carro para fora da pista, mas não tive tempo, até porque quando vemos um carro atrás, imaginamos que vai ultrapassar quando for possível, ou aguardar o momento correto e nunca que ele vai querer passar por cima, mas foi o que o caminhão vermelho fez, passou por cima da minha família e matou meu filho! Eu perdi meu filho! Perdi meu único filho novamente!  E sei que não mereço isso! 

Tento não enlouquecer com tanta dor, pois vi meu filho morrendo (isso não sai da minha cabeça). E quem o matou e me fez presenciar a cena mais horrível da minha vida e sentir a dor mais cruel que uma mãe pode sentir, foi um caminhoneiro irresponsável. Vou lutar por justiça! Vou lutar por leis mais rígidas, que punam com rigor quem comete crimes de trânsito.

Meu filho, Paulo Gustavo era a criança mais linda e feliz do mundo, e não merecia uma morte tão violenta, nem ser ceifado do convívio familiar que tanto o amava e que ele retribuía esse amor tão intensamente. Agora, vivo esperando que a justiça seja feita.

Que a justiça seja feita e esse caminhoneiro pague pelo crime que cometeu, para que não destrua outras famílias como destruiu a minha. JUSTIÇA! É O QUE PEÇO!!!! 

terça-feira, 4 de junho de 2013

Pais de criança vítima de "acidente" trágico, pedem justiça

(Publicado no portal www.maisgloria.com.br)

4 jun 2013 | 09:02 |



Conforme ocorrido do dia 04/03/2013, (Veja o link para a notícia: http://www.maisgloria.com.br/crianca-morre-em-acidente-proximo-povoado-sao-clemente/) onde um garoto foi morto vítima de acidente, pais da criança enviam texto ao Mais Glória, inconformados com o ocorrido. Abaixo, carta dos pais da criança via email:

Foto
Hoje, 04/06/2013, faz três meses que perdemos nosso único filho, Paulo Gustavo Alves de Melo, de apenas 04 anos. Perdemos nosso filho pela imprudência de um caminhoneiro que bateu na traseira do nosso carro.

Além da dor de ter perdido o filho que tanto amávamos, cuidávamos e protegíamos, ainda temos que conviver com a dor de boatos e notícias que nos culpabilizam pelo o que aconteceu. Desde o ocorrido em 04 de março de 2013, ainda não tínhamos tido coragem de ler as reportagens feitas sobre o “acidente”, só nesse final de semana nos encorajamos para tal e o que lemos nos entristeceu ainda mais e nos deixou revoltados e indignados pela versão publicada na maioria dos sites e blogs que noticiaram o acontecimento. Versão que difere do que verdadeiramente ocorreu. Por isso, nós os pais de Paulo Gustavo queremos esclarecer como tudo realmente aconteceu.

Naquele dia, 04/03/2013, por volta das 15h, vínhamos eu (Pai de Paulo Gustavo e motorista do veículo), minha esposa, sogra, cunhada e meu filho da cidade de Aracaju com destino a nossa residência, no Pov. Lagoa da Volta em Porto da Folha – SE, quando, na rodovia Glória – Monte Alegre, nas proximidades da Casa do Doce, avistei de longe (assim que despontei na ladeira), uma aglomeração de pessoas na pista em ambos os lados. Nesse momento, fui reduzindo aos poucos a velocidade do meu carro – modelo Fiesta sedan – para poder passar pelas pessoas, atitude que todo motorista consciente tem ao perceber um aglomerado de pessoas em meio ao asfalto. Após passarmos pelas pessoas, voltei a acelerar o carro, seguindo viagem. Já um pouco distante do local da aglomeração, olhei pelo retrovisor e percebi o caminhão vermelho, em alta velocidade, muito próximo do meu carro. Em fração de segundos já senti o IMPACTO NA TRASEIRA, que culminou na MORTE DE MEU FILHO, PAULO GUSTAVO e lesões nos outros ocupantes do veículo.

Sempre dirigi com responsabilidade, inclusive todos do carro estávamos usando cinto de segurança e nosso filho na cadeirinha, com cinto, como mandam as normas de segurança no trânsito. Contudo, o MOTORISTA do caminhão parece desconhecer tais normas e sua IMPRUDÊNCIA MATOU MEU FILHO E DESTRUIU NOSSA FAMÍLIA. Não podemos aceitar que foi um simples acidente. Pra gente o que aconteceu foi um CRIME (sei que a justiça é quem vai apurar e julgar, mas acreditamos que ela vai fazer esse caminhoneiro – que fazia o transporte de leite para uma empresa da região – pagar pelo que ele fez). Sei que acidentes acontecem, mas a partir do momento que O CAMINHONEIRO NÃO RESPEITOU AS LEIS DE TRÂNSITO, ao não reduzir a velocidade ao perceber a aglomeração de pessoas na rodovia – pois o local era de boa visibilidade – não manteve a distância de segurança em relação ao nosso veículo, ele assumiu a responsabilidade de matar alguém. Cadê a direção defensiva? Não entendemos o porquê dele não ter nos ultrapassado, pois não vinha nenhum veículo na direção contrária. Além de causar tal violência, ressaltamos que O MOTORISTA DO CAMINHÃO FUGIU do local e NEM SE IMPORTOU EM PRESTAR SOCORRO ÀS VÍTIMAS.

Nós, pais de Paulo Gustavo, imbuídos de dor e de desejo por justiça, queremos fazer um apelo às autoridades competentes para que fiscalizem essa rodovia (Glória – Monte Alegre), pois é inadmissível que numa rodovia sem curvas e trechos perigosos aconteçam tantas mortes no trânsito.

Queremos também pedir às pessoas que lembrem que somos seres humanos, portanto, quando estiverem ao volante, lembrem de respeitar o próximo e de socorrer quando for preciso, pois até hoje minha esposa está indignada ao lembrar que correu para a rodovia com meu filho nos braços, sangrando, e ela gritando por socorro e via que pessoas paravam não para ajudar, mas apenas para curiar e alguns se recusaram a dar socorro. Queremos deixar um agradecimento ao casal que levou minha esposa e meu filho ao hospital de Nossa Senhora da Glória, que apesar de não ter conseguido salvar meu filho, fizeram tudo que puderam para ajudar, ao Senhor que me levou ao hospital, e também aos que ficaram com minha sogra e cunhada aguardando o SAMU chegar.

Por fim, queremos dizer para toda sociedade que, pela memória do nosso filho, iremos lutar para que a justiça seja feita e para que haja paz e responsabilidade no trânsito para que outras famílias não venham a passar por essa terrível dor que estamos passando.



Erinaldo Alves

Por: Ramon Diego
Escritor sergipano, poeta, estudante de letras português/francês pela UFS, redator do portal e revista Mais Glória, além de revisor e tradutor. contato: (79) 9924 - 3057 ; email: ramon@maisgloria.com.brramon@maisgloria.com.br |
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