Pais de criança vítima de "acidente" trágico, pedem justiça
(Publicado no portal www.maisgloria.com.br)
Conforme ocorrido do dia 04/03/2013, (Veja o link para a notícia: http://www.maisgloria.com.br/crianca-morre-em-acidente-proximo-povoado-sao-clemente/) onde
um garoto foi morto vítima de acidente, pais da criança enviam texto ao
Mais Glória, inconformados com o ocorrido. Abaixo, carta dos pais da
criança via email:
Hoje, 04/06/2013, faz três meses que perdemos nosso único filho, Paulo Gustavo Alves de Melo, de apenas 04 anos. Perdemos nosso filho pela imprudência de um caminhoneiro que bateu na traseira do nosso carro.
Além da dor de ter perdido o filho
que tanto amávamos, cuidávamos e protegíamos, ainda temos que conviver
com a dor de boatos e notícias que nos culpabilizam pelo o que
aconteceu. Desde o ocorrido em 04 de março de 2013, ainda não tínhamos
tido coragem de ler as reportagens feitas sobre o “acidente”, só nesse
final de semana nos encorajamos para tal e o que lemos nos entristeceu
ainda mais e nos deixou revoltados e indignados pela versão publicada na
maioria dos sites e blogs que noticiaram o acontecimento. Versão que
difere do que verdadeiramente ocorreu. Por isso, nós os pais de Paulo Gustavo queremos esclarecer como tudo realmente aconteceu.
Naquele dia, 04/03/2013, por volta
das 15h, vínhamos eu (Pai de Paulo Gustavo e motorista do veículo),
minha esposa, sogra, cunhada e meu filho da cidade de Aracaju com
destino a nossa residência, no Pov. Lagoa da Volta em Porto da Folha –
SE, quando, na rodovia Glória – Monte Alegre, nas proximidades da Casa
do Doce, avistei de longe (assim que despontei na ladeira), uma
aglomeração de pessoas na pista em ambos os lados. Nesse momento, fui
reduzindo aos poucos a velocidade do meu carro – modelo Fiesta sedan –
para poder passar pelas pessoas, atitude que todo motorista consciente
tem ao perceber um aglomerado de pessoas em meio ao asfalto. Após
passarmos pelas pessoas, voltei a acelerar o carro, seguindo viagem. Já
um pouco distante do local da aglomeração, olhei pelo retrovisor e
percebi o caminhão vermelho, em alta velocidade, muito próximo do meu
carro. Em fração de segundos já senti o IMPACTO NA TRASEIRA, que
culminou na MORTE DE MEU FILHO, PAULO GUSTAVO e lesões nos outros
ocupantes do veículo.
Sempre dirigi com responsabilidade,
inclusive todos do carro estávamos usando cinto de segurança e nosso
filho na cadeirinha, com cinto, como mandam as normas de segurança no
trânsito. Contudo, o MOTORISTA do caminhão parece desconhecer tais
normas e sua IMPRUDÊNCIA MATOU MEU FILHO E DESTRUIU NOSSA FAMÍLIA. Não
podemos aceitar que foi um simples acidente. Pra gente o que aconteceu
foi um CRIME (sei que a justiça é quem vai apurar e julgar, mas
acreditamos que ela vai fazer esse caminhoneiro – que fazia o transporte
de leite para uma empresa da região – pagar pelo que ele fez). Sei que
acidentes acontecem, mas a partir do momento que O CAMINHONEIRO NÃO
RESPEITOU AS LEIS DE TRÂNSITO, ao não reduzir a velocidade ao perceber a
aglomeração de pessoas na rodovia – pois o local era de boa
visibilidade – não manteve a distância de segurança em relação ao nosso
veículo, ele assumiu a responsabilidade de matar alguém. Cadê a direção
defensiva? Não entendemos o porquê dele não ter nos ultrapassado, pois
não vinha nenhum veículo na direção contrária. Além de causar tal
violência, ressaltamos que O MOTORISTA DO CAMINHÃO FUGIU do local e NEM
SE IMPORTOU EM PRESTAR SOCORRO ÀS VÍTIMAS.
Nós, pais de Paulo Gustavo, imbuídos
de dor e de desejo por justiça, queremos fazer um apelo às autoridades
competentes para que fiscalizem essa rodovia (Glória – Monte Alegre),
pois é inadmissível que numa rodovia sem curvas e trechos perigosos
aconteçam tantas mortes no trânsito.
Queremos também pedir às pessoas que
lembrem que somos seres humanos, portanto, quando estiverem ao volante,
lembrem de respeitar o próximo e de socorrer quando for preciso, pois
até hoje minha esposa está indignada ao lembrar que correu para a
rodovia com meu filho nos braços, sangrando, e ela gritando por socorro e
via que pessoas paravam não para ajudar, mas apenas para curiar e
alguns se recusaram a dar socorro. Queremos deixar um agradecimento ao
casal que levou minha esposa e meu filho ao hospital de Nossa Senhora da
Glória, que apesar de não ter conseguido salvar meu filho, fizeram tudo
que puderam para ajudar, ao Senhor que me levou ao hospital, e também
aos que ficaram com minha sogra e cunhada aguardando o SAMU chegar.
Por fim, queremos dizer para toda
sociedade que, pela memória do nosso filho, iremos lutar para que a
justiça seja feita e para que haja paz e responsabilidade no trânsito
para que outras famílias não venham a passar por essa terrível dor que
estamos passando.
Erinaldo Alves
Por: Ramon Diego
Escritor sergipano, poeta, estudante de letras português/francês pela UFS, redator do portal e revista Mais Glória, além de revisor e tradutor. contato: (79) 9924 - 3057 ; email: ramon@maisgloria.com.brramon@maisgloria.com.br |Ver perfil
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